quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tempos de Decidir

Certa vez conversando com um budista, tive o seguinte ensinamento:a primavera, o verão, o outono e o inverno não são apenas uma ocorrência a que assistimos a cada ano na vida das plantas, com a variação da luz do sol a esquentar e esfriar os hemisférios norte e sul da Terra. Fiquei pensando. O que será então? Estavamos no início do inverno, e percebi que as pessoas durante este período saíam menos de casa, frequentavam poucas festas, reuniões e diminuiam o número de visitas.

Alimentavam-se mais, e de comidas mais doces. Liam mais, viam mais filmes, conversavam mais. Eram mais críticas. Percebi aí, que nesse período, tomamos as decisões mais importantes de nossas vidas, que repercute por todas as outras estações e consecutivos dias do ano. O mais incrível, é que o universo na sua perfeição extrema, não deixa ninguém escapar a sua lei. Ao mínimo esforço de não seguir esta condição existencial, logo o corpo demonstra efeitos para nos deixar em casa e realizar o terrível trabalho de tomar decisões, seja com uma gripe, renite ou alergias.

É possível deixar passar qualquer situação incômoda, seja no trabalho, em casa ou com amigos no verão, na primavera e no outono. Mas no inverno, não! Somos taxativos, diretos, discutimos, acertamos. Será que já não estamos frios o suficiente por dentro e agora quando o corpo externo também esfria não chegamos num ponto de congelamento tal, que o espírito pede por liberdade, novos caminhos? Mas, o importante é que aguçamos o olhar, vemos flores onde antes nada existia, folhas soando um burburinho, uma sinfônia perfeita composta pela natureza, enxergamos o outro, e o achamos mais elegante (será pelo excesso de acessórios, ou porque nesse período estamos vendo as pessoas com olhar crítico e analítico?) cuidamos de nosso corpo, valorizamos nossa capacidade intelectual, sorrimos desinteresadamente para as pessoas.

Se na primavera cuidamos do jardim, da beleza exterior; no verão cuidamos do corpo do externo, da sexualidade, consumismo e dos prazes do exterior; no outono relegamos ao período de transição das estações dos alimentos, principalmente as frutas; no inverno cuidamos do nosso interior, de nós mesmos, do que queremos e como será as estações seguintes. Um presente do universo para nossa existência. Uma oportunidade de ver os erros e tentar concertar no decorrer do ano, um momento de agradeçer e pedir, de analizar, planejar e cumprir.

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