segunda-feira, 31 de maio de 2010

PARTE DA FORTUNA

“...temos a finalidade de viver sempre e não vivemos nunca. Quanto mais se acumula riqueza, mais se é realmente pobre: o que se tem não importa; volta-se completamente para o que não se tem.” ( Manilius, Marcus Os astrológicos ou a ciência sagrada dos céus, Artenova, 1974.

O que lhe vem à mente quando você ouve a palavra fortuna? Parece estar diretamente relacionada com bens materiais, opulência, sem falar naquelas loterias acumuladas que mexem com a imaginação de todos. Mas na tradição astrológica temos o que denominamos Parte da Fortuna (não confundir com a Roda da Fortuna, que é uma das cartas do Tarot), que não é um planeta, mas um ponto sensível em nosso mapa astral, síntese dos três símbolos mais importantes do mapa astral que são o Sol, a Lua e o Ascendente.

É pelo Sol que irradiamos o que somos; é pela emoção (Lua) que reagimos, nos harmonizando às circunstâncias externas. O equilíbrio entre estas duas forças se dá pelo signo Ascendente, no relacionamento através do afeto. Portanto, quando há harmonia entre a necessidade e desejo e como poder resolve-los com o outro e o mundo, essa é a FORTUNA.

Então, para que serve o conhecimento da Parte da Fortuna? Para você focar aquele assunto e saber que encontrará grande realização se se dedicar a ele. Ela mostra a melhor maneira de personalidade ser irradiada e da capacidade de felicidade.

A fortuna como benefício ou como miséria dependerá da conscientização dos próprios potenciais, ou seja, conhecer a necessidade de proporção e equilíbrio. Indica o que você acumula ao longo da vida em termos de bens, posses e também prestígio e reputação, é o lugar mais importante para esclarecer a questão da felicidade e da sorte. Para isso é preciso que estejas em harmonia consigo, a fim de que o fluxo de energia possa vibrar e conseqüentemente irradiar algo que parece misterioso, que atrai sucesso, isto é, sua fortuna. A casa onde ela se encontra no mapa natal revela a força vital e onde sua personalidade é projetada com facilidade ou naturalidade.

Porém, essa dádiva não é inerente a cada um, tudo dá trabalho. A sorte está muito mais ligada a uma sensação interior do que a bens materiais, e que no final não se excluem os ganhos, não mais como obsessão, mas como mérito.

Ana Rodolphi
Astróloga, bacharel em Filosofia
Vice-coordenadora da Central Nacional de Astrologia no RGS –
www.anarodolphi.com.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Psicoterapia Holística

A psicoterapia holística se dá dentro de um processo relacional e tem por fundamento a busca do restabelecimento físico, psíquico, emocional, energético e espiritual do ser humano numa perspectiva integrada de saúde. O autoconhecimento que acontece através da percepção do próprio funcionamento íntimo e também por meio do acesso a memórias inconscientes registradas no corpo se constitui na principal ferramenta de atuação clínica deste método.

A abordagem holística não considera as manifestações espirituais, expressões patológicas. Muito embora existam situações em que essas manifestações são expressões de um psiquismo adoecido, na maioria dos casos eles devem ser encarados como aspectos simbólicos importantes que devem ser acolhidos e direcionadas dentro de uma potencialidade de cura.
Compreender os padrões mentais conscientes e inconscientes presentes nos desequilíbrios e doenças é fundamental para o desenvolvimento e eficiência do tratamento.

São levadas em consideração as queixas apresentadas pelo cliente, a forma como ele interage no dia-a-dia, o histórico familiar e patológico e é feito o diagnóstico através da verificação dos registros de memórias em pontos específicos que mostram alterações no corpo do mesmo onde se verifica predominâncias físicas, energéticas ou psicológicas que são indícios importantes que orientam o inicio do tratamento.

A partir da elaboração de uma hipótese sobre a situação ou conflito central em que o cliente vive, o tratamento é embasado e iniciamos o mesmo liberando no seu corpo as sensações causadas por memórias inconscientes que o levam a bloqueios ou insuficiências energéticas, através de técnica de massagem específica.

A reprogramação dos padrões inconscientes é feita a partir da percepção do cliente sobre o funcionamento que o atrapalha e da definição dos seus objetivos para seu presente e futuro que são introjetados em seu íntimo em substituição aos conflitos anteriormente destacados.

Texto de Ivan Pinto - Centro Idhera - Porto Alegre
(51) 3211 2232 ou (51) 3226 5281
centroidhera@centroidhera.com.br

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Resgate do Feminino através da Dança do Ventre


Mais que uma dança extremamente feminina, é uma arte milenar com origem no antigo Egito e em diversas partes do Oriente Médio, há mais de 5 mil anos a.C. praticada em rituais que eram dedicados às diversas deusas do universo, entre elas a deusa egípcia Ísis, a grande deusa lunar.

Esses rituais eram rituais sagrados realizados somente por mulheres para atrair a fertilidade e prosperidade para a terra e para as mulheres. Seus movimentos são centralizados no ventre onde se localiza o útero materno, símbolo do feminino e da fertilidade.

Com o passar dos séculos essa dança foi se modificando e tendo uma característica própria influenciada pelos costumes de diversas culturas das quais ela foi sendo disseminada, com tendências e estilos de diversas tribos sendo assim também vista como uma dança tribal.

A Dança do Ventre é também conhecida pela expressão antiga "Raks el Sharq" que significa Dança do Oriente ou Dança do Leste.

A Dança do Ventre faz a mulher entrar em harmonia com o universo e com seu eu interior entregando-se ao divino, despertando sua deusa interior, aflorando toda sensualidade escondida, através da ativação no chackra da energia Kundalini.

Envolta num clima místico e sedutor essa dança nos transporta para um estado espiritual de alegria e prazer onde cada movimento estimula nossa consciência corporal, aliviando nossas tensões emocionais assim podemos esquecer os problemas do cotidiano. Essa dança reverencia todas as mulheres sem limite de idade ou peso, para começar basta desejar e iniciar seu caminho.
Descubra o mistério e faça surgir uma nova mulher!

Benefícios da Dança do Ventre

A Dança do Ventre é uma verdadeira terapia para a saúde da mulher. Além disso é uma excelente atividade física. Muitos são os benefícios da Dança do Ventre, tanto a nível físico como a nível astral. A nível astral a Dança do Ventre proporciona harmonia entre mente, corpo e alma.


Estimula e desperta a consciência corporal, proporcionando a mulher um maior equilíbrio, aumenta a sua auto-estima, desperta a criatividade, aumenta e estimula a energia sexual, sendo uma ótima atração para apimentar a vida à dois. Ajudando também a diminuir a inibição, tudo isso relaxando e trazendo bem-estar.

A nível corporal melhora a flexibilidade, o condicionamento físico, corrige a postura, dando mais feminilidade aos movimentos. Afina a cintura, diminuindo a barriga, enrijece o ventre e tonifica os músculos das pernas e dos braços. Numa aula a dançarina pode queimar até 300 calorias, auxiliando assim na perda ou manutenção do peso.


Venha participar dessa dança que é uma verdadeira terapia para a saúde e beleza de toda mulher.

Para presenciar e conhecer a aula entre em contato agora mesmo! Venha fazer uma aula gratuita!

Tel: (51) 3339-5683 ou 8153-6332
e-mail: carlashazadi@hotmail.com

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A inconstância constante da vida!

Estamos sempre preocupados com aquilo que podemos perder ou deixar de ganhar, colocamos boa parte de nossa energia nestes fatos e fardos. Para quê? Comumente achamos muito difícil abandonarmos algo, seja opinião, casa, carro, roupas, livros, manias, idéias ou ideais... Alega-se normalmente que: FUI CRIADO ASSIM, MINHA AVÓ ERA ASSIM, MEU PAI É ASSIM, ou quem quer que culpemos pela nossa falta de capacidade de nos comprometermos em mudar questões enraizadas, que nos causam grandes danos na vida pessoal, afetiva, familiar ou profissional... Podemos criticar o Marido, culpar a Esposa, retalhar os Filhos. Mas quem pode mudar o outro? Ninguém! Só posso mudar a mim mesmo; ontem, hoje e amanhã! As pessoas que me cercam estão apenas de passagem, em alguns momentos do meu dia, da minha semana, da minha jornada. Por um período de tempo grande ou pequeno, as pessoas entram e saem das nossas vidas, quer por viagens, trabalho, morte, separação conjugal, estudo ou qualquer outro motivo.


Por que lutamos com esta inconstância constante da vida? Então, para que ficarmos nos apegando as cobranças inúteis, remoendo picuinhas, guardando rancor? Quando nascemos, nascemos sozinhos, mesmo que tenhamos irmãos gêmeos, somos únicos. Nosso aprendizado é único, não podemos dá-lo a outro, nós compartilhamos informações, que se tornarão aprendizados apenas quando o outro fizer uso delas. Ao despertarmos matinalmente, encontramos um dia inteirinho para aprendermos um ou inúmeros ensinamentos. Como farei uso destes ensinamentos só cabe a mim e mais ninguém decidir! Não se pode tirar alguém de um poço, se este não quiser sair ou se estiver completamente adormecido na sua vidinha, apenas podemos tentar acordá-lo. Se ele acorda, poderá ser erguido. Se ele não concordar com aquilo que você quer, poderá levá-lo para o poço junto com ele. Nós só podemos jogar a corda! A escolha do caminho a seguir é sempre nossa, mesmo que muitas vezes façamos algo que não desejávamos, somente para agradar alguém, ainda assim a escolha é nossa. E VOCÊ já fez suas escolhas hoje?



Ponto Zen e você, buscando o melhor equilíbrio da vida!
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Rei ki, Chi Kung( yôga chinesa), Tai chi, Chi Nei Tsang.
Jairo Muller Mestre jairomuler@hotmail.com
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terça-feira, 11 de maio de 2010

Porque não vacinar-se

Nas primeiras aulas de Microbiologia, uma das matérias básicas do curso de qualquer Faculdade de Medicina, aprende-se que a infecção resulta do desequilíbrio entre o poder infectante do agente invasor e as forças de defesa do hospedeiro. Os microrganismos estão continuamente, permanentemente, tentando formar colônias e se reproduzir em nosso corpo, alimentando-se de nossos fluidos e células como o boi comendo pasto. Muitos convivem conosco sem causar dano,outros nos fazem bem e outros causam doenças produzindo toxinas venenosas e invadindo células e tecidos.

Fala-se muito em “combate” ao agente invasor. E uma das “armas do arsenal terapêutico” são as vacinas. O que faz uma vacina? Fecha a porta para uma determinado agente invasor, ao induzir o corpo a criar anticorpos contra aquele micorganismo. Deste modo, as vacinas são específicas, para a gripe, coqueluche, difteria, tétano. Não existe uma vacina geral, uma pan vacina capaz de imunizar contra muitos agentes infecciosos ao mesmo tempo.

Vacinas podem ser úteis para grupos específicos de pessoas, aquelas com o sistema imunológico comprometido, os idosos, os desnutridos, os aidéticos, os transplantados, os bebês prematuros. Ainda assim, repito a ressalva de que vacinas são agentes imunizantes específicos, significando que muitas portas de entrada para as infecções continuarão abertas para os microrganismos a não ser que...

Fechemos todas as portas de entrada para as infecções. Para isto é necessário, é absolutamente indispensável, fortalecer as defesas do hospedeiro. Só e somente só assim é que se pode melhorar a saúde da população. Vacinas podem imunizar contra certas doenças, mas no geral não melhoram a saúde da população. E as pessoas que tomam vacina se crêem protegidas, ainda mais pelo Grande Irmão, o estado, que se preocupa conosco, que nos fornece vacinas grátis, que faz campanhas. O vírus H1N1 foi visto pelo governo como um aliado político na eleição presidencial, basta ver as sucessivas intervenções do nosso ministro da saúde na televisão.

O problema aqui é a o de orientação mental. Pensemos a questão de outro ponto de vista. O governo federal acaba de fundar a estatal Frutobras, que vai fornecer todos os incentivos possíveis para baratear o custo das frutas e verduras, tornando-as acessíveis à população em geral, em especial a de baixa renda. Nos rótulos das coisas de comer e beber dos supermercados haveria uma tarja preta indicando “Este produto não contém qualquer substância alimentícia”, com especial destaque para os refrigerantes. Campanhas seriam destinadas à mídia esclarecendo a melhor qualidade do arroz e da farinha de trigo integrais em relação aos seus congêneres refinados. Nas embalagens de açúcar branco haveria o alerta, “o uso excessivo deste produto pode causar diabetes”. As cantinas das escolas seriam controladas, impedindo que coisas nocivas fossem dadas às crianças. O estado pagaria merchandising nas novelas enaltecendo o uso de produtos naturais, na merenda escolar haveria sempre produtos frescos e de boa qualidade para as crianças. E muitos outros recursos visando melhora da saúde da população em geral, incluindo aí a importantíssima questão da consciência alimentar.

Ao contrário, o que se vê são hospitais, clínicas e postos de saúde cheios de gente doente. As farmácias dos hospitais são setores considerados muito mais importantes que suas cozinhas. E doenças que antes eram raras agora são comuns, doenças que não existiam surgiram e a medicina e a farmácia nessa corrida sempre atrás tentando acompanhar a progressão das enfermidades. Fala-se do aumento da expectativa de vida, o qual se deve muito mais ao saneamento básico (água tratada e rede de esgotos) do que a reais progressos da medicina ou da farmácia.

Quer vacinar-se? Cuide bem da sua alimentação, pare com isso de comer por prazer somente, só coma o que é saudável, mantenha o stress sob controle, procure ter contato com a natureza, enfim, cuide-se. O seu sistema imunológico terá capacidade de reagir imediatamente com força e de modo eficaz aumentando o número de leucócitos protetores e produzindo com rapidez os anticorpos necessários para impedir a infecção. As vacinas também não são tão inofensivas assim à saúde. Causam variadas reações porque são um choque ao sistema imunológico. As reações comuns são dores no local da aplicação, dores difusas, febre, mal estar, diarréia, reações alérgicas e às vezes a própria doença se manifesta.

A propósito, tenho dois filhos que hoje são adultos jovens. Não foram vacinados, não tiveram qualquer “virose de infância” nem as terão. Quando estavam com 9 e 7 anos, por dois dias conviveram com duas crianças, filhas de amigos em visita, que estavam com caxumba. Quatro dias após a visita tiveram uma febrezinha e referiram dor nas glândulas salivares. E só. Em três dias estavam sem sintomas. Para mim esta é a verdadeira vacina, cuidar do corpo físico, cuidar da mente, viver em harmonia. Nenhum vírus, nenhuma bactéria patogênica vai poder colonizar em nós. Sendo assim, não se vacine contra o H1N1.

Texto publicado Jornal Viva Bem
Maio/2010
por Dr Eduardo Navarro CREMERS 30558

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Depois de algum Tempo

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com graça de um adulto e não a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos."

"Depois de algum tempo, você aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo (a) de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos."

"Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm muita influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados."

"Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas pessoas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a maturidade tem mais a ver com tipos de experiências que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende realmente que pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir mais longe, depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor diante da vida!"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A História do Tarot. - . Última Parte


Em 1971, ocorreu o que seria a última evolução do tarot. Um norte americano chamado Peter Balin cria o tarot Xultun, um conjunto de cartas que espelha a tradição maia, e que vem a ser o primeiro tarot transcultural da história! Pela primeira vez os arcanos refletem uma cultura não européia sem perder nenhuma de suas características. Fica mais do que provado que as cartas do tarot são uma linguagem universal acessível a qualquer ser humano no planeta! Desse momento em diante uma torrente de baralhos transculturais começam a surgir, baralhos embasados na mitologia grega, nórdica, celta, indígena, indiana… E baralhos de outros autores, mesmo sem a proposta transcultural, surgem e a tarologia vira um grande boom, sobretudo no início dos anos 80.


A flexibilidade do simbolismo do tarot parece caber muito bem nas teorias de Jung sobre arquétipos (palavra sânscrita que significa imagens arcaicas) e sincronicidade. Jung diz que arquétipos são imagens que evocam na alma humana uma espécie de energia transformadora. Toda vez que contatamos com uma imagem arquetípica há uma reação profunda que desperta emoções e lembranças que impulsionam a um movimento de transformação ou cura. Os arquétipos são emanações do grande inconsciente coletivo, uma rede de memórias a qual o inconsciente individual permanece conectado. O que os antigos sábios tribais chamariam de a sabedoria legada dos ancestrais e que se encontra disponível a todos os que vivem na Terra. Seria devido a isso que os esqueletos reconhecidamente representam a morte e a doença em todas as sociedades do mundo, bem como o sol a vida e a saúde, e qualquer criança pressente esse fato mesmo que ninguém ensine sobre isso! A sincronicidade é a teoria levantada por Jung de que não existe o acaso. Que há certas coincidências muito significativas que expressam algo sobre nós mesmos e o nosso eu mais profundo. Por essa visão tirar as cartas do tarot numa leitura é um processo cabível na lei da sincronicidade, as cartas tiradas ao acaso expressam algo do ser mais profundo e comunicam tanto a sua realidade reconhecível quanto os aspectos inconscientes que precisam ser integrados.

O tarot começa a receber atenção dos psicólogos com abordagens mais alternativas, como junguianos, a maioria, e terapeutas transpessoais. Essa tendência evidencia-se quando é publicado Jung e o Tarot, de Sallie Nichols, em 1980. Para os que torciam o nariz para o tarot, discriminando-o como uma arte mágica muito suspeita, de repente as cartas começam a ficar mais interessantes. Paul Foster Case, um grande ocultista e tarólogo norte-americano, já havia relacionado o tarot com a moderna psicologia nos anos 30, mas por se tratar de “mais um mago” isso não afetou muito a visão do tarot na época. Na década de 80 o estudo da tarologia vai crescendo de modo impressionante. E em países como o Brasil, onde tarólogos eram uma raridade, surge uma geração inteira de estudiosos e praticantes das leituras de tarot. Muitos desses são extraordinariamente competentes, outros apenas curiosos e outros ainda, eram a leva usual de oportunistas que surgem quando qualquer movimento transformador vem á tona.

A ESTRUTURA DO TAROT

Esse oportunismo, aliás, vira a marca registrada desse período histórico do tarot e que se estende até hoje! Primeiro começam a surgir baralhos que não tem nenhuma similaridade com o tarot e que são vendidos como tal. Um dos mais chocantes foi a transformação do baralho Lenormand – erroneamente chamado de cartas ciganas – para tarot cigano nos anos 90. Nominação feita por Kátia Bastos e César Bastos, seu marido. Um baralho de trinta e seis cartas que nunca foi sequer cigano, nascido na França no século XIX, repentinamente vira tarot!… A cartomancia andava em baixa nessa época e os vendedores de livros começaram a chamar de tarot todo o baralho lançado para simplesmente vender. Muitos ainda cometem esse tipo de equívoco (ou sacanagem). O tarot é um conjunto de 78 cartas divididas entre 22 arcanos (segredo ou mistério) maiores e 56 arcanos menores. Esses últimos têm ainda uma subdivisão de 16 cartas com figuras humanas de reis, rainhas, cavaleiros e valetes (A corte) e 40 cartas numeradas de 1 a 10 divididas em quatro naipes, como no baralho comum, paus, copas, espadas e ouros. Se um baralho tiver mais ou menos cartas, ou faltar qualquer uma das estruturas citadas, não é nem melhor, nem pior, apenas NÃO É TAROT! Não é um descendente do baralho medieval original, o que também não significa que não funcione nem seja bom!


OS CIENTIFICISTAS

O segundo tipo de oportunismo surge na forma dos profissionais “bem intencionados” que querem preservar o tarot, seu estudo e prática. Eles criam escolas, associações e grupos onde “a verdadeira linguagem do tarot é preservada e ensinada”. Ora, o tarot é de domínio universal, não possui um fundador. Já vimos na edição anterior que se trata de uma obra que foi criada ao acaso como um jogo para nobres, e que por isso mesmo, teve projetado em si todo o material simbólico da humanidade. Isso é que se pode chamar de coincidência significativa!

Para piorar tudo surgem os que dizem que o tarot é um mero instrumento de investigação psicológica, um meio da moderna psicologia e tentam “desmistificá-lo”. Mas desmistificar é tirar sua abordagem transcendente. Surge então uma onda de tarólogos que tentam tirar do tarot toda a sua abordagem mediúnica e espiritual, segundo eles para torná-lo mais real e acessível ao homem comum… A tentativa de retirar a abordagem espiritual de um instrumento simbólico é, além de impossível, um tiro no pé! Toda vez que a humanidade assume uma postura muito crítica e racional a sociedade adoece. Modernos estudos antropológicos afirmam que a espiritualidade é uma necessidade e faz parte de uma consciência saudável em cada ser humano. Sentir-se parte de um todo maior é uma experiência edificante e gratificante e o ceticismo é uma invenção da era industrial que gerou uma total depravação na relação dos homens consigo mesmos e com o meio ambiente.

O tarot, bem como qualquer prática oracular, nos eleva a essa experiência de conexão com um todo maior. Os tarólogos que vão fundo na experiência transcendente do tarot sentem-se muito seguros em suas afirmações, como se as estivessem recebendo de uma fonte inesgotável de saber, mas assim que terminam a interpretação alguns se perguntam: Como foi que eu vi isso? Para os psicologizadores do tarot isso seria o contato com o inconsciente coletivo, muito maior que o inconsciente pessoal. Os xamãs diriam que é uma inspiração do grande mistério… Não existe uma resposta definitiva. Como vimos na edição anterior os tarólogos do século XIX afirmavam que o tarot é um sistema cabalístico – um esquema do universo e de Deus segundo o misticismo judeu – e agora alguns estão afirmando que se trata de um instrumento da psicologia. Vale ressaltar que tanto a magia quanto a psicologia são mecanismos humanos para entender a realidade, e ambos cabem no tarot, entretanto nenhum deles pode encerrar em si a linguagem tarológica e nenhuma linguagem que se expresse através de símbolos (astrologia, numerologia…). Os símbolos são a base da vida humana: “Ela partiu meu coração. Ele ficou vermelho de raiva, azul de fome”, e assim por diante! Por serem a base da nossa existência interior os símbolos podem conter em si a raiz de todos os conhecimentos sem serem contidos por nenhum.

Atualmente o grande risco para a tarologia é a tentativa de sistematização da sua linguagem e as inúmeras versões dos arcanos. Dois baralhos clássicos apresentam o arcano de O Diabo, por exemplo, de modo muito similar, mas se você comparar esse arcano entre baralhos modernos eles se mostrarão muito diferentes! Isso se dá por causa da liberdade da criação artística, que não alterou os significados dos arcanos, mas a sua representação. Essa variação é perigosa e pode confundir iniciantes. Comece sempre estudando os baralhos de representação clássica, Marselha, Grimaud, etc. Depois de reconhecer bem a linguagem do tarot escolha o baralho moderno da sua preferência, haverá bem menos confusões. Sobretudo, sinta-se livre para explorar todas as possibilidades espirituais, intuitivas e mediúnicas do tarot tanto quanto suas versões racionais e psicológicas. Como disse o célebre tarólogo suiço Oswald Wirth: “O próprio do simbolismo é sugerir indefinidamente: cada um verá o que o seu olhar permita perceber”.

Jaime E. Cannes

Publicado no jornal VIVA BEM, Abril de 2010.

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